Vida
Oh bela oh terna oh santa
Vida
E breve e grande e tanta
Vida
Ai de quem nao te canta
Oh vida
Diante da vida delirante
Ai de quem vacilante
Repousa e nao ousa viver
Deve passar toda existencia
Entre o medo e a ansiedade
Nao quero ter calmaria
Eu quero ser tempestade
Eu quero ser ventania
Eu quero andar pela cidade
Me embriagando de poesia
Bebendo a claridade
Da luz do dia
Diante da vida comovente
Ai de quem tao somente
Reclama e nao ama viver
Deve ter feito dentro d’alma
Um vasto mar de amargura
Nao quero ter agonia
Eu quero sim a locura
O fogo da fantasia
Um precipicio de aventura
A vida vindo como orgia
No oficio da procura
De todo dia
Diante do espelho dos seus olhos
Ai de quem nao se ve
Nao ve seu destino
Eu quero ver meu desatino
Frente a frente e poder dizer
Voce e quem sempre me da prazer
Entre voce e a calma eu quero ser voce ai
Diante do abismo do misterio
Ai de quem se esconder
Nao vai saber
Eu quero o salto pra vertigem
De mim mesmo e poder dizer
Eu era o caos e o caos eu quero
Eu quero o nada o germe eu quero a origem de tanto querer ai
Diante da vida que e sublime
Ai de quem se reprime
Se ausenta e nem tenta viver
Deve ficar olhando o mundo
E lamentando sozinho
Nao quero ter letargia
Eu quero ser rodamoinho
Eu quero ser travessia
Eu quero abrir o meu caminho
Ser minha propria estrela guia
Virar um passarinho
Cantando a vida assim
Cantando alem de mim
E alem de alem do fim